quarta-feira, 4 de novembro de 2009
2 Soneto II-Luís Vaz de Camões
Eu cantarei de amor tão docemente, Por uns termos em si tão concertados, Que dois mil acidentes namorados Faça sentir ao peito que não sente. Farei que Amor a todos avivente, Pintando mil segredos delicados, Brandas iras, suspiros magoados, Temerosa ousadia, e pena, ausente. Também, Senhora, do desprezo honesto De vossa vista branda e rigorosa, Contentar-me-ei dizendo a menor parte. Porém para cantar de vosso gesto A composição alta e milagrosa, Aqui falta saber, engenho, e arte.
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