quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ao som do Requiém de Mozart


Suspiro fatídico e profundo. Bárbaro!
Um toque letal, arrebatador, tempestuoso.
Cada nota intensa, retumba no coração!
E tremula, com o funéreo clássico impacto
Do inevitável anúncio: o fim de uma vida.
O desintegrar irreversível de uma essência.
Quisera eu enterrar-me em cada timbre

Pois soam como notas da minha pauta
Que tensas, escorrem da minha clave de sol,
Levando cadáveres, cinzas e apodrecidos,
Ou serão desventuras novas e sórdidas,
Expelidas por um sentimento lúgubre?
Em cada parte bela e tétrica da música,
Um desejo vital de morte se intensifica.
Uma oração, uma prece, um pedido,
Para uma ceifa, e nunca mais se ouvir o som...

E nunca mais se ver a luz do crepúsculo...
Nada. Nenhuma melodia, além da árida e fria
Ária compacta, tocada triste com desespero.
Secam-se as lágrimas, resta o se entregar ao
Profundo e cúmulo do pensamento negro.
Gótico... Prelúdio do meu refinado enterro.
O Réquiem.

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